Análise: dois primeiros jogos de Ancelotti na seleção brasileira deixam um gosto de "quero mais"

Análise: dois primeiros jogos de Ancelotti na seleção brasileira deixam um gosto de "quero mais"

Ainda é cedo para tirar qualquer tipo de conclusão sobre o trabalho do comandante europeu. Todavia, algumas evoluções — por mais sutis que sejam — já puderam ser observadas

Se a primeira impressão é a que fica, o começo de Carlo Ancelotti na seleção brasileira mostra-se promissor. O técnico italiano, multicampeão no futebol, comandou seus dois primeiros jogos à frente do Brasil nesta Data Fifa.

Na estreia, empate fora de casa contra um forte Equador. Já nesta última terça-feira, 10, em São Paulo (SP), vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai e vaga garantida na Copa do Mundo de 2026.

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Ainda é cedo para tirar qualquer tipo de conclusão sobre o trabalho do comandante europeu. Todavia, algumas evoluções — por mais sutis que sejam — já puderam ser observadas. De cara, a defesa melhorou. Nas duas partidas, nenhum gol sofrido. Os fatores são muitos.

O perfil de Ancelotti, oriundo da escola italiana, é por natureza defensivo. Portanto, seria absolutamente natural uma evolução significativa nesse setor. Além de ajustes táticos, dois jogadores foram fundamentais para o melhor funcionamento: Alexsandro Ribeiro, zagueiro, e o volante Casemiro.

O primeiro era desconhecido em terras brasileiras até então. Fez a base no Flamengo e no Resende-RJ, e partiu cedo para o futebol português. Hoje, faz sucesso na França, onde é destaque do Lille. Já o segundo é mais experiente e velho conhecido do torcedor e de Carletto — com quem trabalhou no Real Madrid-ESP, em uma parceria de sucesso.

A introdução dos dois no time titular da seleção trouxe uma segurança notável. O defensor chamou atenção, formando uma dupla consistente ao lado de Marquinhos. Já Casemiro dominou o meio de campo com Bruno Guimarães, especialmente contra a Albirroja.

Saindo da defesa e partindo para o ataque, nota-se um pequeno avanço, apesar de apenas um gol marcado. No primeiro jogo, Ancelotti escalou o trio Vinicius Júnior, Richarlison e Estevão. Não funcionou. Já contra o Paraguai, houve força ofensiva com, talvez, quatro dos melhores atacantes brasileiros do momento: Vini Jr, Raphinha, Martinelli e Matheus Cunha.

Cunha, aliás, merece uma ênfase à parte. Vendido ao Manchester United-ING por R$ 478 milhões, junto ao Wolverhampton-ING, o atleta mostrou personalidade e uma versatilidade que pode ser importante, diante da escassez de “camisa 9” no futebol brasileiro.

Nem é de sua característica, aliás, atuar dessa forma. Seu melhor rendimento é como falso 9, saindo da área e flutuando entre diferentes zonas do campo. O gol do Brasil na última partida reflete bem isso: o jogador recuperou a bola na ponta direita e cruzou para Vini, atuando como centroavante, escorar para o fundo das redes.

A tática é importante. Recuperar a confiança de atletas que estavam em baixa ou que não desempenhavam na seleção o mesmo futebol que nos clubes — uma crítica recorrente — também. Mas a impressão que fica é que Ancelotti, sobretudo, devolveu ao brasileiro o direito de sonhar, novamente, com o topo do mundo.

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